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Singapura descobre um dos maiores casos de lavagem de dinheiro do mundo: quase US$ 3 bilhões

No dia 15 de agosto de 2023, cerca de 400 policiais, liderados pelo Departamento de Assuntos Comerciais do país, realizaram uma blitz pela ilha de Singapura. Na operação, 10 pessoas, incluindo uma mulher, foram presos acusados de lavagem de dinheiro, falsificação, entre outros crimes. Com eles, foram apreendidos e congelados ativos que somaram mais de US$ 2,8 bilhões.

Entre esses ativos, há 152 propriedades, 62 veículos, dinheiro em contas bancárias e dinheiro em diferentes moedas. Houve apreensão ainda de milhares de garrafas de bebidas alcoólicas, criptomoedas, 68 barras de ouro, 294 bolsas de grifes, 164 relógios de marca e 546 joias.

Os suspeitos que estão presos – chamados Su Baolin, Su Haijin, Chen Qingyuan, Su Wenqiang, Lin Baoying, Zhang Ruijin, Wang Dehai, Su Jianfeng, Vang Shuiming e Wang Baosen –, são originários de China, Turquia, Chipre, Camboja e Vanuatu. 

Conforme noticiou The Straits Times, um dos presos, Wang Dehai, do Chipre, falou, no tribunal, que comprou um apartamento no luxuoso condomínio The Marq em Paterson Hill (Singapura), em setembro de 2019, com recursos de investimentos imobiliários em Dubai. Só de Wang, a polícia apreendeu US$ 43 milhões em bens.

Com Su Jianfeng, que é de Vanuatu, foram encontrados quatro carros de luxo, incluindo dois Rolls-Royces e um Porsche, no bangalô de alto padrão em Singapura, alugado pelo acusado.

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Cooperação internacional

As investigações continuam e mostram-se desafiadoras, exigindo cooperação internacional, para identificar, por exemplo, investimentos feitos em propriedades fora de Singapura. Indícios existem. Zhang Ruijin e Lin Baoying, por exemplo, contaram que têm irmãos nos Emirados Árabes Unidos.

O diretor-geral do Gabinete Executivo de Combate à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo dos Emirados Árabes Unidos, Hamid Al Zaabi, está à frente das iniciativas de colaboração com as autoridades de Singapura, na luta contra o crime financeiro.

“O caso de lavagem de dinheiro de Singapura é globalmente significativo e digno de aplausos”, disse Al Zaabi, ao The Straits Times. Para ele, as operações deflagradas por Singapura demonstram “duas coisas: uma, que o branqueamento de capitais opera em grande escala a nível global; e dois, Singapura irá atrás dos bandidos, não importa quão grandes ou poderosos eles sejam.”

Combater esse time de crime é fundamental, de acordo com Al Zaabi, porque os recursos podem ser utilizados para o financiamento ao terrorismo. “Isto tem sido notícia recentemente, com foco no sistema financeiro do Hamas”, disse ele. Vale lembrar que o governo do Hamas governa Gaza, cujos militantes deram início ao atual confronto contra Israel.

Como foi o início das investigações

O sinal de alerta soou em 2021. As autoridades de Singapura foram alertadas ao receberem relatórios de transações suspeitas apresentados por instituições financeiras e outras empresas. Os relatórios apontavam suspeita de uso de documentos, que pareciam falsos, na comprovação de fontes de fundos em contas bancárias locais. 

Um grupo pequeno de agentes policiais, sem qualquer alarde para não chamar a atenção dos suspeitos, começou a investigar e se arrastou no decorrer de 2022. Identificou-se um grupo de 10 pessoas, aparentemente relacionadas, inclusive com laços familiares, numa atividade de transferência de altas somas de recursos do exterior para Singapura. Esses recursos, que estão sob investigação, provavelmente vieram de atividades criminosas no exterior, incluindo jogos de azar online ilegais e empréstimos não licenciados.

A segunda ministra do Interior, Josephine Teo, disse que a decisão de adiar qualquer ação coerciva ou de investigação aberta era para ter as informações mais detalhadas possíveis sobre os suspeitos, seus associados, seus bens e possíveis atividades criminosas, antes de agir efetivamente. 

“Se os suspeitos tivessem tomado conhecimento de nossas investigações, poderiam ter fugido, e as investigações e toda a operação poderiam ter sido comprometidas”, falou Teo numa reunião ministerial daquele país. 

A ministra avisou que as investigações continuam e ainda podem ocorrer mais prisões e apreensões. Há envolvidos que não foram presos, porque estão ajudando nas investigações, e outros que estão foragidos fora de Singapura.

No Brasil, as instituições financeiras, além de empresas de outros setores, contam com soluções tecnológicas como a oferecida pela Regcheq que ajuda na identificação de transações suspeitas, como no caso de Singapura, realizando o “on boarding/KYC” dos clientes. Garanta que as transações e os negócios estejam em compliance com as normas e regulamentos, evitando riscos de envolvimento em lavagem de dinheiro e consequentes riscos reputacionais.

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Post by Regcheq
Dec 19, 2023 11:06:26 AM