O Pix, que foi lançado no dia 16 novembro de 2020 pelo Banco Central do Brasil, representou uma série de avanços para a população. Começando pela facilidade e agilidade em transferir dinheiro e por ter dado acesso a pessoas, que não têm cartões de crédito e débito, poderem fazer pagamentos sem ser em dinheiro vivo.
Rapidamente, o sistema instantâneo de pagamento e de transferência de dinheiro, sem cobrança de tarifas, caiu no gosto dos brasileiros. Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), até 31 de outubro de 2023 foram realizadas 66 bilhões de transações. Dessas, 17,6 bilhões aconteceram no primeiro semestre de 2023, respondendo por 93% do total de transações bancárias nesse período.
Entretanto, criminosos também não perderam tempo em desenvolver várias formas de tirar proveito do novo sistema. Há vários golpes, como o da promessa de retorno em dobro ao realizar um Pix, graças a uma falha que o criminoso diz ter descoberto no sistema do Pix; ou o envio de mensagem de um parente ou amigo pelo WhatsApp (o qual foi clonado ou teve seu perfil falso criado) pedindo para a pessoa passar um Pix para um terceiro e depois devolve o valor. O meio também passou a ser um canal para crimes maiores, como o de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.
Entretanto, ninguém está blindado a entrar na lista de suspeitos das autoridades.
Como já mencionado, o Pix é uma modalidade digital de pagamento e de transferência de dinheiro. Basta ter uma conta num banco tradicional ou digital e habilitar uma chave para efetuar transações e receber dinheiro de terceiros. O Pix é gerenciado pelo Banco Central.
A chave Pix – que pode ser o número do celular, CPF, CNPJ ou uma sequência de números e letras aleatória – resume ali todos os dados da conta do seu possuidor. Para enviar ou receber dinheiro, basta ter essa chave. Há também o QR Code Pix, cuja imagem também armazena os dados da conta bancária; e é indicado para empresas na venda de bens e serviços. Há outras opções, como “Copia e Cola”, que é um código com função semelhante ao QR Code.
Os dados trafegam criptografados e há controle antifraude, além de vários protocolos de segurança e de proteção contra varredura de dados pessoais. Isso promete ser eficaz na Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD).
Uma das maneiras mais comuns de lavar dinheiro via Pix é a transferência de pequenos valores, para não chamar a atenção da instituição financeira. Por serem valores baixos, os envolvidos no crime realizam muitas transferências e para diferentes pessoas com contas em diversos bancos.
Outro método que tem sido muito utilizado pelos criminosos é recorrer às “contas laranja” (contas abertas com dados reais – de alguém sequestrado ou que aceitou “vender ou emprestar” seus dados –, mas usadas de modo ilícito), novamente fazendo várias transferências para diferentes instituições.
Quando foi lançado, o Pix era considerado um meio de transferência de dinheiro mais fácil de ser rastreado, justamente por ocorrer em transações digitais. Isso realmente é, mas para chamar a atenção da gestão de risco precisa ser um volume grande, e não pequenas quantias espalhadas por diferentes contas.
A RegCheq tem uma solução eficaz para identificar transações suspeitas, assim como mitigar os riscos de lavagem de dinheiro.